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Gestão de condomínios

A importância da participação ativa dos condóminos

11 de setembro, 2024
Gestão de condomínios
A administração de um condomínio deve ser sempre conduzida de forma transparente e em concordância com os interesses dos condóminos, que são os legítimos proprietários do edifício. 
Nenhuma decisão significativa pode ser tomada sem o conhecimento ou consentimento dos condóminos, independentemente do edifício ser gerido por um administrador interno ou por uma empresa especializada em administração de condomínios e, por isso, é fundamental que os condóminos desempenhem um papel ativo na gestão, cumprindo com as suas responsabilidades legais e fiscalizando atentamente o desempenho do administrador.

Um dos pilares essenciais para o bom funcionamento de um condomínio é a existência de canais de comunicação eficazes entre os condóminos e o administrador. Estes meios de contato devem ser acessíveis e permitir um diálogo contínuo e colaborativo, garantindo que as decisões necessárias à preservação da segurança, do bem-estar e da manutenção do edifício sejam tomadas de forma informada e ponderada. A gestão partilhada promove uma maior transparência e evita a tomada de decisões à revelia dos condóminos, o que pode gerar desentendimentos ou conflitos.

Os condóminos devem estar atentos a várias áreas cruciais para a boa administração do condomínio

Em primeiro lugar, é essencial monitorizar o cumprimento dos prazos estabelecidos para diferentes processos, como as deliberações das assembleias e as obrigações legais inerentes à gestão. O não cumprimento de prazos, seja por atrasos nas decisões da assembleia ou por outras razões administrativas, pode acarretar consequências graves, incluindo multas ou outros encargos. Assim, a resolução rápida de quaisquer impedimentos deve ser uma prioridade.

Outro aspeto fundamental é a supervisão das contas do condomínio. A gestão financeira deve ser rigorosa e transparente, permitindo aos condóminos um controlo efetivo dos gastos e da execução do orçamento. Caso o administrador não tome a iniciativa de convocar a assembleia ordinária anual – onde são apresentadas as contas do ano anterior e o orçamento para o ano seguinte –, cabe aos condóminos assegurarem que essa reunião seja realizada. Esta assembleia é de vital importância, pois permite aos condóminos avaliar a execução financeira do ano anterior, corrigir eventuais desvios e ajustar o valor das quotas para o novo ano, face ao aumento previsível dos custos com serviços e fornecedores. A análise cuidada das contas contribui para uma administração mais eficiente e evita surpresas desagradáveis no futuro.

Além disso, a fiscalização contínua das contas ao longo do ano é uma boa prática que os condóminos devem adotar. O acesso regular aos balancetes financeiros, disponibilizados pelo administrador com a periodicidade definida em assembleia, permite um acompanhamento próximo da evolução das despesas e receitas do condomínio. Com este procedimento, os condóminos podem garantir que os recursos financeiros estão a ser geridos de forma adequada e que não surgirão discrepâncias significativas na altura da apresentação formal das contas anuais.

A segurança no condomínio é uma preocupação partilhada por todos

Para além da componente financeira, os condóminos têm também um papel relevante na monitorização da segurança e manutenção do edifício. Embora muitos condomínios contem com empresas especializadas para a prestação de serviços de manutenção, a atenção dos condóminos ao estado dos equipamentos e das áreas comuns do edifício continua a ser essencial. A vigilância sobre o bom funcionamento dos elevadores, sistemas de incêndio, portões automáticos, iluminação, entre outros, pode prevenir acidentes e reduzir o desgaste causado pelo uso inadequado ou prolongado dos equipamentos. Quando identificadas anomalias ou potenciais riscos para a segurança, estas devem ser reportadas de imediato ao administrador, que terá a responsabilidade de providenciar a reparação ou intervenção necessária.

A ocorrência de sinistros, avarias ou danos causados por negligência ou pelo desgaste natural pode acontecer a qualquer momento, representando um risco não apenas financeiro, mas também para a integridade física dos moradores e utilizadores do edifício. Um acompanhamento atento por parte dos condóminos pode, assim, evitar situações de maior gravidade, garantindo a segurança e a proteção de todos.

Preservar o bom relacionamento

Outro fator de grande importância, embora muitas vezes negligenciado, é a promoção de um ambiente de boa convivência entre os condóminos. A gestão de um condomínio não se limita a questões administrativas e financeiras; ela também abrange a criação e manutenção de um clima de respeito e harmonia entre os moradores. Um ambiente de vizinhança saudável, onde todos se sentem ouvidos e respeitados, é essencial para o bem-estar comum e contribui para a qualidade de vida no edifício. Iniciativas que promovam o diálogo, a resolução pacífica de conflitos e a cooperação entre os condóminos são vitais para prevenir tensões e desentendimentos, que muitas vezes se refletem negativamente na gestão do condomínio. É importante recordar que, onde há uma boa convivência, as leis e regulamentos do condomínio são mais facilmente aceites e aplicados.