A Condominial com olhar atento sob as crianças

Cada vez mais crianças brincam nos espaços comuns dos condomínios

29 de maio, 2025
A Condominial com olhar atento sob as crianças
É crescente, nas últimas décadas, o número de famílias com crianças residentes em condomínios.
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento significativo do número de crianças a viver em propriedade horizontal. Esta realidade traz consigo novas exigências e necessidades, às quais os administradores de condomínios procuram dar resposta.

É pretensão de qualquer condomínio garantir a segurança de todos os espaços comuns, ao mesmo tempo que se tentam gerir conflitos que surgem entre vizinhos. Muitos são os casos registados de pessoas que não se encontram preparadas para lidar com a presença e as necessidades dos mais novos. Esta impreparação dá origem a tensões, riscos e até a uma certa frustração, tanto por parte dos pais como dos restantes moradores.

É comum ver crianças a brincar em zonas menos apropriadas, como as garagens, os corredores ou as escadas, expondo-se a perigos de diversa ordem. Não obstante, são motivo de queixa por causa do barulho ou da ocupação indevida das áreas comuns. A inexistência de espaços infantis específicos deixa os pais sem alternativas e os vizinhos, não raras vezes, mostram-se incomodados com a falta de regras claras nesse sentido.

Entre os problemas mais frequentes estão a falta de espaços verdes, de equipamentos de lazer, de pavimentos adequados ou de mobiliário urbano apropriado. Muitos administradores de condomínios referem dificuldades em aprovar investimentos ou alterações nas assembleias de condóminos, apontando-se a falta de consenso como principal obstáculo. Ainda assim, a inação tem um custo: as crianças acabam por crescer sem um espaço próprio onde possam brincar, socializar e desenvolver competências essenciais. Perante este cenário, sugerimos algumas soluções práticas exequíveis mesmo com recursos financeiros limitados. 

Uma primeira medida poderá passar pela definição de horários para utilização das zonas comuns por parte das crianças, promovendo assim uma convivência mais equilibrada entre todos os moradores.

Outra sugestão é a criação de pequenas áreas de lazer, devidamente delimitadas e equipadas com materiais seguros e de fácil manutenção, minimizando o risco de acidentes.

É igualmente importante envolver os encarregados de educação na discussão e apresentação de propostas concretas para a melhoria do espaço comum, incentivando até iniciativas intergeracionais. 

Para tudo isto, é fundamental rever e atualizar o regulamento interno do condomínio – tornando-o mais inclusivo – que contemple o direito das crianças ao lazer e o dever de respeitar o descanso dos vizinhos.

É muito importante transformar o espaço comum num local de aprendizagem, de segurança e de convivência, potenciando a participação ativa da comunidade e fortalecendo o espírito de entreajuda e associativismo.