O «apagão» que atingiu Portugal, esta segunda-feira, ativou o modo alerta para a vulnerabilidade dos edifícios residenciais e comerciais em situações de falhas no fornecimento de energia.
Não nos recordávamos de ter vivido algo – em parte – semelhante no ano de 2000 e, face à conjuntura global dos últimos tempos, várias foram as hipóteses colocadas em cima da mesa. Recordamos que ainda não existem causas comprovadas e, como tal, a prevenção terá de fazer parte da ordem do dia.
Para os condomínios, o cenário vivenciado representou não apenas o desconforto pela falta de energia, tendo sido registados relatos, em todo o país, de situações de risco. Em causa esteve a segurança, a mobilidade e o funcionamento dos serviços essenciais. Foram reportados casos de elevadores parados, de portões automáticos inoperacionais, de sistemas de videovigilância desligados, de total ausência de iluminação em zonas comuns... E estamos a falar de uma falha elétrica prolongada.
Com o objetivo de informar e preparar todos os condóminos para situações semelhantes no futuro, A Condominial elaborou este artigo com algumas orientações fundamentais.
A primeira ação passa pela verificação da manutenção elétrica regular, com recurso a profissionais qualificados, que permita detetar e corrigir falhas antes que estas se tornem problemas. Quadros elétricos, disjuntores, cablagens e para-raios devem ser inspecionados com frequência. Além disso, é importante avaliar se a capacidade da instalação elétrica está de acordo com o volume de consumo. Em edifícios mais antigos, uma atualização do sistema pode ser necessária para evitar as sobrecargas.
Outro ponto-chave é a existência de um plano de contingência bem estruturado. Este plano deve estabelecer protocolos claros de atuação para o caso de falhar a energia, definir prioridades (como manter, pelo menos, um elevador em funcionamento, garantir luz de emergência nas escadas e corredores e assegurar o funcionamento dos sistemas de segurança) e atribuir responsabilidades à equipa de gestão. A realização de simulações periódicas é recomendada para que todos saibam como agir numa situação real.
A instalação de geradores de energia é uma das soluções mais eficazes para garantir a continuidade de serviços essenciais. Com estes equipamentos, que devem ser mantidos em perfeitas condições de operação, abastecidos e testados com regularidade, poderá ser colmatada a falha.
É fulcral garantir a segurança dos moradores, através da iluminação de emergência adequada, da implementação de uma comunicação eficiente (usando aplicações, grupos de mensagens ou ecrãs informativos) e da atuação rápida por parte da equipa de administração.
Apostar na eficiência energética ajuda não só a reduzir os custos, mas também a evitar sobrecargas no sistema. Medidas como a substituição de lâmpadas por LEDs, de sensores de presença em zonas comuns, o uso racional de equipamentos e a realização de campanhas de sensibilização junto dos condóminos são estratégias simples e eficazes.
Partilhamos, ainda, algumas recomendações gerais a aplicar em cada fração:
- Desligue os aparelhos considerados não essenciais para evitar danos quando a energia for restabelecida. Se conseguir retire-os mesmo da tomada.
- Mantenha as portas do frigorífico e do congelador fechadas pelo máximo tempo possível para conseguir preservar os alimentos.
- Poupe a bateria do telemóvel. Nas definições coloque em modo poupança e utilize apenas quando estritamente necessário.
- Tenha sempre uma powerbank devidamente carregada (lembramos que existem modelos adequados para eletrodomésticos embora com custos mais elevados).
- Coloque à mão o rádio a pilhas ou solar para que se consiga manter informado e sintonize nas estações oficiais para que evite uma comunicação com recurso a fake news.
- Prepare um kit composto por lanterna, água potável, alimentos enlatados, barras energéticas, frutos secos e um estojo de primeiros socorros com os medicamentos de uso habitual.