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(In) Eficiência energética e térmica

Tema tem sido alvo de dissertação

6 de junho, 2024
Muito se tem falado nos últimos anos sobre a eficiência energética e a sustentabilidade na habitação em Portugal, destacando-se a necessidade de reabilitação de edifícios para melhorar as condições térmicas e combater a pobreza energética. 
Em 2021, foi publicado um artigo (pelo menos) que criticava a falta de investimentos eficazes em eficiência energética no país. Em resposta, Portugal lançou a «Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2023-2050 (ELPPE)», visando aumentar a eficiência energética dos edifícios e melhorar a qualidade de vida.

A maioria dos edifícios portugueses, construídos após 1970, enfrenta problemas de isolamento e conforto térmico, com 69,5% das habitações classificadas entre C e F. A falta de regulamentação anterior a 1990 contribuiu para essa situação. Além disso, a rápida urbanização resultou em muitas construções pouco eficientes.

Para mitigar esse problema, é crucial apoiar a instalação de isolamentos, a substituição de janelas e promover uma ventilação adequada. Programas de incentivo nacionais e locais são necessários para combater a situação. 

A Comissão Europeia também definiu metas para aumentar a eficiência energética dos edifícios, transpostas para o mercado nacional através da já referida ELPPE, que foca quatro eixos estratégicos: sustentabilidade energética, acesso universal a serviços energéticos, ação territorial integrada e promoção do conhecimento.
A ADENE – Agência para a Energia aponta que muitos edifícios sofrem de problemas de orientação, utilização de materiais ineficientes e mau isolamento, resultando em alto consumo energético e despesas elevadas com aquecimento. Pedro Nunes, ambientalista da Zero, sugere medidas como programas de eficiência energética, adoção de energias renováveis, financiamento acessível, políticas inclusivas, educação pública, programas de renovação habitacional, investimento em habitação social e reformas regulatórias.

A verdade é que a mentalidade das famílias portuguesas tem vindo a mudar. Tem havido uma maior literacia no que concerne à energia e à sustentabilidade e há também uma maior preocupação com o conforto térmico. O programa "Edifícios + Sustentáveis", por exemplo, teve alta adesão e muitos portugueses planeiam reabilitações energéticas nas suas casas.

O relatório “REPowerEU – 2 anos depois” ao ser divulgado também sublinhou os progressos de Portugal na implementação de medidas de eficiência energética e na realização de metas de renovação de edifícios públicos e privados. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), verificamos que o país se tem dedicado à renovação e construção de habitações destinadas a grupos vulneráveis. Esses esforços fazem parte de uma estratégia mais ampla para melhorar a eficiência energética no país, diminuir as emissões de carbono e apoiar as famílias mais necessitadas, garantindo um acesso mais equitativo a habitações adequadas e eficientes do ponto de vista energético.